segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Afinal, o que será de nós?

segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Ex- colaborador do iG, empresa integrante da Brasil Telecom, fala sobre a aquisição feita pela Oi e a intensa insegurança que decaiu sobre a empresa, devido as ausentes ações de comunicação interna.

Em abril de 2008, a Oi anunciou a aquisição da Brasil Telecom por R$ 5,863 bilhões, na conclusão do negócio mais aguardado pelo mercado na época. Apesar de já fazer um tempinho desta aquisição, achei interessante postar a entrevista para termos um olhar detalhado de como se deu este processo no âmbito da comunicação interna - que por sinal foi extremamente nula – e refletirmos sobre como deveria ter sido conduzido de forma eficiente.


1- De que forma os colaboradores foram informados da aquisição da Brasil Telecom pela Oi? Souberam primeiramente pela organização ou pela imprensa?

Como foi uma aquisição que envolveu financiamentos públicos e teve grande cobertura da imprensa, já sabíamos de tudo externamente. Mesmo assim não houve nenhum plano de comunicação interna para esclarecer dúvidas sobre o assunto. Fomos informados com atrasos e por meio de um e-mail de Recursos Humanos. A BrT passou a pertencer a Oi e nada mais.

2 - Como esta notícia repercutiu entre os colaboradores?

Houve agitação, devido à incerteza do futuro. A Oi é uma empresa de telecomunicações e poderia assumir tranquilamente as atividades da BrT, mas em relação ao iG – empresa de mídia – sentimos que haveria dificuldade para se adaptar, portanto correríamos o risco de passar por reformulações e desligamentos.

3 – Após todos serem comunicados da aquisição, a empresa criou algum canal de comunicação ou informativo?

O novo presidente do iG, Paulo Narcélio do Amaral, nos procurou para reuniões a fim de explicar as mudanças e tranqüilizar em relação a salários e desligamentos. Foi o único sinal de aproximação entre a Oi e os colaboradores.

4- A alta direção comunicou claramente a visão de futuro da empresa? Teve participação dos líderes em algum momento? Em caso negativo, você acredita que a falta de informações causou insegurança?

Acredito que para o iG, não há um plano de futuro especifico. A ação da Oi foi com a BrT, e o iG foi um “brinde”. Por causa disso, há insegurança até agora, pois perdas no quadro não estão sendo repostas, não há indícios de aumento de investimento no portal e a Oi, por si própria, já tem seus veículos de mídia: o site e a Radio Oi.

5- Aconteceram corte de funcionários ou mudanças salariais? Se sim, como os colaboradores foram comunicados?

Desligamentos aconteceram, sobretudo na diretoria. Agora todos se reportam aos executivos da Oi. Com a BrT, o iG era praticamente uma empresa separada e agora deve satisfações até demais à sua empresa mãe. Em relação a salários, todos foram congelados. Quem tinha aumento para receber já está há quase um ano sem o beneficio. Já os estagiários tiveram mudanças na forma de pagamento, o que reduziu o salário líquido em cerca de 35%. Os terceiros tiveram pagamento congelado durante três meses, e terão todos os contratos revistos.

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